Manuel Pinheiro Chagas - História Alegre de Portugal
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- Book:História Alegre de Portugal
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- Year:1880
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História Alegre de Portugal: summary, description and annotation
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História Alegre de Portugal — read online for free the complete book (whole text) full work
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HISTRIA ALEGRE DE PORTUGAL
Manuel Pinheiro Chagas
Esta obra respeita as regras
do Novo Acordo Ortogrfico
Ao Ilmo. e Exmo. Sr. Conselheiro Miguel Martins Dantas, Ministro de Portugal em Londres.
Ilmo. e Exmo. Amo e Sr.
H dois ou trs anos, desejando eu obter de Inglaterra um livro que fora citado no parlamento por um deputado da oposio ao ministrio Beaconsfield, dirigi-me a v. ex., meu colega na Academia, perguntando-lhe se seria possvel alcana-lo. A resposta de v. ex. no se fez esperar. Enviou-me o livro pedido, que obtivera com suma dificuldade, e juntamente com ele quantos documentos oficiais se referiam questo da escravatura, questo de que esse livro se ocupava, e que ento me cativava mais particularmente a ateno. Foi mais longe ainda a amabilidade de v. ex.; enviou-me um livrinho francs, de que eu no tinha conhecimento, intitulado Entretiens populaires sur l'histoire de France, perguntando-me se no seria possvel fazer, com relao histria portuguesa, um livro nesse gnero.
Li o livro e achei-o encantador. Tempos depois, encontrei-me com v. ex. em Lisboa, e disse-lhe que ia tentar o empreendimento a que v. ex. me incitara, e pedi-lhe licena para lhe dedicar o livro, que fosse o fruto dessa tentativa. o que fao agora. Como v. ex. ver, o plano da Histria alegre de Portugal diversssimo do dos Entretiens populaires sur l'histoire de France, mas a Histria alegre vai escrita tambm no tom faceto, folgazo, singelo e popular que achei original, picante e til no livro francs que v. ex. me recomendava.
Folgo de ter ensejo de mostrar publicamente a minha gratido a v. ex. pelas provas de estima e de considerao que me dispensou nesta e noutras ocasies, e o alto apreo em que tenho o talento e o saber do escritor distintssimo, que renovou completamente, com os seus Faux Don Sbastien, o estudo de uma poca interessante da histria portuguesa, que nos deu enfim nesse primoroso livro um estudo profundamente moderno, um estudo, como Gachard os sabe fazer, de um dos episdios mais curiosos e mais romanescos da nossa vida nacional.
De v. ex.
Cruz Quebrada, 25 de outubro de 1880.
Pinheiro Chagas.
INTRODUO
O Sr. Joo Martins, mais conhecido pelo nome de Joo da Agualva, porque morava na pequena aldeia deste nome, que fica entre Belas e o Cacem num stio rido e feio, fora mestre de instruo primria numa das freguesias do concelho de Sintra. Conseguira a sua aposentao, e viera para a sua aldeia natal amanhar umas terras que ali possua, e cujo rendimento o impedira j de morrer de fome nos tempos, em que o Estado lhe pagava munificentemente os noventa mil ris anuais, com que remunerava nessa poca os primeiros guias do homem nos speros caminhos da instruo. Mas o Joo da Agualva era homem de uma ilustrao excecional. Convivera muito tempo com o prior de Montelavar, padre instrudo que emprestara ao bom do professor os livros da sua limitada biblioteca; em Belas tambm se relacionara com um engenheiro francs, empregado nas obras de gua de Vale de Lobos, de Broco e de Vale de Figueira, o qual tomara gosto em desenvolver o espirito inteligente e vido de saber do velho professor. Apesar disto vivia modestamente na sua pobre casa, lidando com os saloios que o tratavam com verdadeiro respeito, e tinham por ele um afeto em que entrava um pouco de venerao.
Era no inverno, e o Joo da Agualva estava passando a noite em casa de uma boa velha, a tia Margarida, viva de um caseiro do marqus de Belas, e me do Francisco Artilheiro, que, depois de ter servido cinco anos em artilheria, como indicava o seu sobrenome, viera para Belas ajudar a me a cuidar de umas leiras de terra, que a velhinha herdara do marido. Um grupo de saloios de Belas e das aldeias prximas, sabendo que o Joo da Agualva viera para ali seroar, tinham vindo tambm, desejosos de ouvir algumas das histrias que o velho s vezes contava e que entretinham agradavelmente a noite. Nessa ocasio, porm, o professor estava macambzio, e, quando o velho Bartolomeu, irmo da tia Margarida, que era dos que mais gostavam de o ouvir, lhe pediu que contasse alguma das suas histrias, o bom do Joo da Agualva abanou negativamente a cabea.
No estou hoje com disposio para histrias da carochinha, disse ele, e sabem vocs? Tenho andado a matutar numa coisa. No uma vergonha que vocs saibam de cr as alteadas histrias de coisas que nunca sucederam, nem podiam suceder, e no saibam ao mesmo tempo nem o que foram seus pais nem os seus avs, nem o que fizeram, nem como eles viveram, nem o que sucedeu nesta boa terra de Portugal, que ns todos regamos com o nosso suor, que hoje nada vale, mas que deu brado no mundo pelas faanhas que os nossos praticaram?
Tomara eu saber tudo isso, Sr. Joo da Agualva, disse o Manuel da Idanha, rapazote de cara esperta, moo de lavoura do Sr. Garignan, o antigo dono de colgio, que hoje reside na aldeia da Idanha, a coisa de quinhentos metros de Belas, tomara eu saber tudo isso, mas como h de ser!? verdade que, graas a Deus, sei ler e escrever, e l o patro emprestou-me uma vez uns livros de histria que eu lhe pedi, mas, mal os comecei a ler, deu-me o sono. Diziam gente os nomes dos reis e os filhos que tinham tido, e as batalhas que tinham ganho, e mais umas lenga-lengas de que no percebi patavina. Ora, Sr. Joo da Agualva, eu, para dormir, graas a Deus, ainda no preciso de ler histria.
Mas que diriam vocs, tornou o velho professor, se eu, nestes nossos seres, lhes contasse, em vez de contos de fadas, e de histrias de Carlos Magno, a histria do que sucedeu em Portugal? Talvez vocs me entendessem, quer-me parecer que se no aborreceriam muito, e, em todo o caso, se se enfastiassem, diziam-mo francamente, e eu no continuava, porque l para maador que no sirvo.
Ah! Sr. Joo, exclamou o Manuel da Idanha, isso que era um regalo!
Os outros no disseram palavra, e o Joo, que os percebeu, riu-se para dentro, e fingiu-se desentendido.
Pois ento, v feito, eu hoje estou cansado, porque j fui a p ao Sabugo tratar da compra de um boi, mas amanh domingo. Venham vocs noite aqui para casa da tia Margarida, e eu comearei a minha histria.
No domingo noite ningum faltou; mas, se vieram, foi pelo respeito que tinham ao Joo da Agualva, no porque esperassem divertir-se muito. O Bartolomeu j abria a boca ainda antes do Joo da Agualva comear. Mas o Joo chegou-se mais para o lume, porque a noite estava fria a valer, sorriu-se, e comeou como o leitor ver no captulo imediato.
PRIMEIRO SERO
O que era Portugal. Os seus primeiros habitantes. As colnias estrangeiras. Os fencios. Os gregos. Os cartagineses. Os romanos. Viriato. Sertrio.
Meus amigos, comeou o Joo da Agualva, de saber que esta terra em que ns vivemos nem sempre foi Portugal, e, se algum se lembrasse de falar, aqui h coisa de uns trs ou quatro mil anos ou mesmo s de mil anos, em Portugal e em portugueses, havia de ver como todos ficavam embasbacados sem perceber patavina. Isto l para os antigos era tudo Espanha, desde os cocurutos dos Pirenus, que so uns montes que separam a Espanha da Frana, at essas guas do mar que cercam por todos os lados a nossa terra, mais a dos espanhis, e at por estar este pedao de terra cercado de gua por toda a parte, menos pela banda dos Pirenus, que se chama a isto pennsula, que quer dizer uma coisa que quase uma ilha, mas que o no vem a ser de todo.
Bem sei, bem sei! pennsula onde houve uma guerra em que entrou meu av! exclamou o falador do Manuel da Idanha.
Mete a viola no saco, Manuel, quem muito fala pouco acerta. L chegaremos guerra da pennsula. Roma e Pavia no se fez num dia.
Pois ento, v l vossemec contando a sua histria.
Como eu ia dizendo, esta pennsula, a que se chama Espanha e Portugal, era ento s Espanha. Espanhis ramos ns todos...
Menos eu! acudiu o Bartolomeu, levantando-se todo furioso, espanhol que nunca fui, nem sou, nem serei. vai aqui tudo raso, se...
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